Aos consagrados, Papa pede que sejam "embaixadores de Cristo"

Aos bispos, sacerdotes e religiosos, Francisco destaca que consagrados precisam “ser amor no coração da Igreja” e darem seu testemunho de vivência do Evangelho

Kelen Galvan
Da redação

No primeiro dia da visita do Papa Francisco às Filipinas, nesta sexta-feira, 16, o Santo Padre celebrou a Missa com os bispos, sacerdotes e religiosos na Catedral da Imaculada Conceição em Manila.

Papa sorri espontaneamente ao ser surpreendido pela resposta dos fiéis no início da homilia / Foto: Reprodução CTV

Papa sorri espontaneamente ao ser surpreendido pela resposta dos fiéis no início da homilia / Foto: Reprodução CTV

Logo no início da homilia, o Pontífice foi surpreendido pelos fiéis. “Tu me amas?”, disse o Papa iniciando sua reflexão sobre o Evangelho. E os presentes responderam: “Sim!”. O Santo Padre agradeceu e explicou que estava lendo as palavras de Jesus (cf. Jo 21, 15.16).

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Dando continuidade à sua reflexão, Francisco explicou que estas palavras recordam algo essencial: “Todo o ministério pastoral nasce do amor. Toda a vida consagrada é um sinal do amor reconciliador de Cristo”.

O Papa enfatizou que como Santa Tereza do Menino Jesus, na variedade das vocações, cada consagrado é chamado de alguma forma, “a ser o amor no coração da Igreja”.

“Construir pontes”

Recordando todos os consagrados que se esforçaram para pregar o Evangelho nas Filipinas, construir a Igreja nesta nação e uma sociedade inspirada na mensagem evangélica da caridade, perdão e solidariedade, Francisco destacou que também hoje os bispos, sacerdotes e religiosos continuam a mesma obra de amor.

“Como eles, sois chamados a construir pontes, apascentar o rebanho de Cristo e preparar vigorosos caminhos para o Evangelho na Ásia ao alvorecer duma nova era (…) Somos chamados a ser ’embaixadores em nome de Cristo'”, afirmou.

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Segundo o Papa, ser embaixador de Cristo significa, antes de mais nada, convidar cada pessoa a um renovado encontro com o Senhor Jesus. Contudo, ressaltou, o Evangelho é também uma exortação à conversão, a um exame de consciência.

Nesse sentido, o Santo padre destacou que, a Igreja nas Filipinas é chamada a combater as causas da desigualdade e injustiça, que “desfeiam” o rosto da sociedade filipina, contradizendo claramente o ensinamento de Cristo.

“O Evangelho chama os indivíduos cristãos a conduzirem vidas honestas, íntegras e solícitas pelo bem comum. Mas chama também as comunidades cristãs a criarem ‘círculos de integridade’, redes de solidariedade que possam impelir a abraçar e transformar a sociedade com o seu testemunho profético”.

Conversão pessoal

“Os pobres estão no centro do Evangelho”, destacou o Pontífice, que enfatizou: “se tiramos os pobres do Evangelho, não podemos entender plenamente a mensagem de Jesus Cristo”.

Como embaixadores de Cristo, os bispos, sacerdotes e religiosos devem ser os primeiros a acolher Sua graça reconciliadora nos corações, disse Francisco. E explicou:

“Significa rejeitar perspectivas mundanas, olhando cada coisa de novo à luz de Cristo. Isso comporta que nós somos os primeiros a examinar a nossa consciência, a reconhecer as nossas falhas e quedas e a tomar o caminho da conversão contínua, da conversão cotidiana. Como podemos proclamar a novidade e o poder libertador da Cruz aos outros se mesmo nós não permitimos à Palavra de Deus sacudir o nosso orgulho, o nosso medo de mudar, os nossos compromissos mesquinhos com a mentalidade deste mundo, a nossa mundanidade espiritual”.

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O Santo Padre disse ainda que viver a novidade do Evangelho significa encontrar incessantemente, na vida da comunidade e nos apostados, o incentivo para uma união cada vez mais estreita com o Senhor na caridade perfeita. “Para todos nós, isto significa viver de tal forma que espelhemos a pobreza de Cristo, cuja vida estava inteiramente focalizada em fazer a vontade do Pai e servir os outros”.

Dirigindo-se aos jovens sacerdotes e religiosos, o Papa pediu que partilhem a alegria e o entusiasmo do seu amor por Cristo e pela Igreja com todos, sobretudo com os de sua idade.

“Mantende-vos presentes no meio dos jovens que possam sentir-se confusos e desanimados, e todavia continuam a ver a Igreja como sua amiga no caminho e uma fonte de esperança”.

Potencial missionário

O Santo Padre finalizou a homilia, recordando que os filipinos são conhecidos por seu amor a Deus, sua piedade fervososa e a cordial devoção a Nossa Senhora. Um legado que, segundo ele, contém um forte potencial missionário.

“No vosso esforço de preparação para o quinto centenário, construí sobre estas bases sólidas”, disse.

A Igreja Católica nas Filipinas se prepara para celebrar os 500 anos de evangelização no país em 2021.

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