Encontro com representantes da sociedade civil

Com diálogo e amor é possível um país melhor, diz Papa

Francisco destacou em seu discurso a importância do diálogo e do amor aos pobres para que possa construir uma sociedade mais próspera

Alessandra Borges
Da redação

No fim da tarde deste sábado, 11, às 17h30, horário de Brasília, Papa Francisco se encontrou com representantes da sociedade civil, no estádio Léon Condou da escola São José, em Assunção, no Paraguai.

O Santo Padre foi recepcionado por representantes da sociedade civil e também por muitos fiéis que vieram escutar as ricas palavras do Papa Francisco sobre as esperanças de um futuro melhor. No início do seu discurso, o bispo de Roma agradeceu as palavras do secretário da Conferência Episcopal do Paraguai, Dom Alberto Martinez Flores, e disse a toda sociedade paraguaia:

“Ver cada um vindo de um setor, de uma organização desta querida sociedade paraguaia, com as suas alegrias, preocupações, lutas e motivações, leva-me a dar graças a Deus”, afirmou Francisco.

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Papa Francisco se encontra com representantes da sociedade civil no Paraguai. Foto: Reprodução CTV

Durante o encontro, representantes da sociedade civil fizeram perguntas ao Papa Francisco que respondeu cada uma delas e ressaltou, que através destas questões, ele pôde ver o compromisso destas pessoas em “trabalhar unidas e sem descanso pelo bem da pátria”.

O Pontífice se dirigiu aos jovens dizendo que “a juventude é um tempo de grandes ideais” e que é preciso lutar para um mundo mais fraterno.

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“Que bom que vós, jovens, vejais que felicidade e prazer não são sinônimos; mas que a felicidade exige empenho e entrega. Por isso, penso que a primeira coisa a fazer é evitar que essa força, essa luz se apague nos vossos corações, contrastando a mentalidade crescente que considera inútil e absurdo aspirar a coisas que valham a pena. Mas jogá-la por algo, jogá-la por alguém. Não tenhais medo de deixar tudo para trás. Não tenhais medo de dar o vosso melhor”, aconselhou o Papa.

Sua Santidade destacou a importância do diálogo e da cultura do encontro entre povos. “O diálogo pressupõe, exige de nós a cultura do encontro; um encontro que sabe reconhecer que a diversidade não só é boa, mas necessária. O bem comum é procurado a partir das nossas diferenças, possibilitando sempre novas alternativas. Ao tentar compreender as razões do outro, a sua experiência, os seus anseios, poderemos ver que são, em grande parte, aspirações comuns. Esta é a base do encontro: todos somos irmãos, filhos de um mesmo Pai celestial, e cada um, com a sua cultura, a sua língua, as suas tradições, tem muito para dar à comunidade. As verdadeiras culturas não estão fechadas em si mesmas, mas são chamadas a encontrar-se com outras culturas e criar novas realidades”, afirmou.

A sociedade precisa acolher os mais pobres e o Santo Padre destacou um aspecto fundamental para esta “promoção dos pobres é o modo como os vemos” e perceber que eles tem muito a nos ensinar em humildade, bondade e sacrifício.

“Num país, é certamente muito necessário o crescimento econômico e a criação de riqueza e que esta chegue a todos os cidadãos, sem ninguém ficar excluído. Peço-vos que não cedais a um modelo econômico idólatra que exige sacrificar vidas humanas no altar do dinheiro e do lucro. Na economia, na empresa, na política, vem em primeiro lugar a pessoa e o habitat onde vive”, frisou o Pontífice.

“Nas suas mãos, está a possibilidade de oferecer emprego a muitas pessoas e, deste modo, dar esperança a muitas famílias. O trabalho é um direito, e dignifica as pessoas. Trazer o pão para casa, oferecer aos filhos um teto, saúde e educação são aspectos essenciais da dignidade humana, e os empresários, os políticos, os economistas devem deixar-se interpelar por isso. Peço-vos que não cedais a um modelo econômico idólatra que exige sacrificar vidas humanas no altar do dinheiro e do lucro. Na economia, na empresa, na política, vem em primeiro lugar a pessoa e o habitat onde vive”.

Francisco ainda observou, se as pessoas querem manter a sua liberdade, é necessário banir a corrupção. “Nenhum político pode cumprir seu papel se suas atitudes estão chantageadas pela corrupção”

Ao final do seu discurso, Papa Francisco recordou que o Paraguai é conhecido “como a terra onde tiveram início as Reduções, uma das experiências de evangelização e organização social mais interessantes da história”.

Esta experiência histórica ensina-nos que uma sociedade mais humana também é possível hoje. Quando há amor ao homem e vontade de o servir, é possível criar as condições para que todos tenham acesso aos bens necessários, sem que ninguém seja descartado”, disse o bispo de Roma.

Papa Francisco encerrou dizendo aos presentes para amar os mais pobres e serem testemunhas de que é possível um outro modelo de desenvolvimento.

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