Em encontro com pobres, Papa pede despojamento do espírito mundano

Francisco falou do perigo de ceder à mundanidade, que mata a alma e a própria Igreja

Jéssica Marçal
Da Redação

encontro com pobres

Papa teve encontro com pobres assistidos pela Cáritas em Assis. Foto: Rádio Vaticano

Dando continuidade à sua visita a Assis, na Itália, nesta sexta-feira, 4, Papa Francisco encontrou-se com os pobres assitidos pela Cáritas. Ele falou com os presentes espontaneamente, dando como lido o discurso previamente preparado.

Acesse
: Íntegra do discurso do Papa

.: FOTOS da visita do Papa a Assis

Francisco destacou que todos formam a Igreja, que todos devem andar pelos caminhos de Jesus, que percorreu uma estrada de despojamento, de si mesmo. Ele ressaltou que Jesus tornou-se servo, foi humilhado até a cruz, e este é o único caminho para quem deseja ser um verdadeiro cristão.

“Mas não podemos fazer um cristianismo mais humano – dizem – sem cruz, sem Jesus, sem despojamento? Deste modo, nos tornaremos cristãos de doceria, como belas tortas, como belos doces! Belíssimos, mas não cristãos de verdade!”.

Leia mais
:Iniciando visita a Assis, Papa encontra crianças e doentes
: Em Missa, Papa convida ao respeito à criação e ao ser humano

O Santo Padre explicou que a Igreja deve despojar-se de um perigo grave que é o da mundanidade. Ele disse que o cristão não pode conviver com o espírito do mundo, que leva à maldade, à prepotência, ao orgulho. “Isto é um ídolo, não é Deus. É um ídolo! E a idolatria é o pecado mais forte!”.

O naufrágio ocorrido ontem em Lampedusa foi lembrado pelo Papa quando ele citou que tantos dos presentes ali no encontro estavam despojados neste “mundo selvagem”, que não dá trabalho, que não ajuda, que não se importa se crianças morrem de fome.

“O espírito do mundo faz estas coisas. É ridículo que um cristão – um cristão verdadeiro – que um padre, que uma irmã, que um bispo, que um cardeal, que um Papa, queira andar no caminho da mundanidade, que é um comportamento homicida. A mundanidade espiritual mata! Mata a alma! Mata as pessoas! Mata a Igreja!”.

Ele recordou, enfim, o despojamento de São Francisco, que o fez quando ainda era jovem, ainda não tinha forças suficientes. Foi Deus quem deu a São Francisco essa força, para recordar os ensinamentos de Jesus sobre esse espírito do mundo.

“Que o Senhor nos dê a coragem de nos despojarmos, mas não de 20 euros, despojar-nos do espírito do mundo, que é a lepra, o câncer da sociedade! E o câncer da Revelação de Deus!

Ao final do encontro, o Papa agradeceu a todos pelo acolhimento e pediu que rezassem por ele. Depois, ele seguiu para uma visita privada à Igreja de Santa Maria Maior e depois à Basílica de São Francisco, onde visitou o túmulo do santo. Mais tarde, ele celebrou a Santa Missa na Praça São Francisco de Assis.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo