Em homilia, Papa fala da santidade: "santos não são heróis"

Francisco explicou como é o percurso de santidade, citando como exemplo São João Paulo II

Da Redação, com Rádio Vaticano

papa_missa_santidadeNa Missa desta sexta-feira, 9, Papa Francisco dedicou-se a explicar quem são os santos. Segundo ele, santos não são herois, mas pecadores que seguem Jesus no caminho da humildade e da cruz e assim se deixam santificar por Ele, porque ninguém santifica a si mesmo.

Francisco partiu da Primeira Leitura que narra a conversão de São Paulo, que de inimigo da Igreja tornou-se santo. Ele explicou que, mesmo sendo formada por homens pecadores, a Igreja é santa, pois é a Esposa de Jesus e Ele a ama e a santifica a cada dia com o seu sacrifício eucarístico. “Também nós nos santificamos com esta pertença à Igreja: somos filhos da Igreja e a Mãe Igreja nos santifica com o seu amor, com os sacramentos do seu Esposo”.

Em suas cartas, São Paulo fala aos santos, aos homens pecadores, mas filhos da Igreja santa, santificada pelo Corpo e Sangue de Cristo, disse o Papa. Ele acrescentou que Deus escolhe, nessa Igreja santa, algumas pessoas para fazer ver melhor a santidade, para fazer ver que Ele a santifica e que ninguém santifica a si mesmo. “Não há um curso para se tornar santo. A santidade é um dom de Jesus à sua Igreja e para fazer ver isto Ele escolhe pessoas em que se vê claro o seu trabalho para santificar”.

No Evangelho, observou o Santo Padre, há muitos exemplos de santos: Madalena, de quem Jesus expulsou sete demônios; Mateus, que era um traidor do seu povo e pegava dinheiro para dá-lo aos romanos; Zaqueu e tantos outros que fazem ver qual é a primeira regra da santidade. “É necessário que Cristo cresça e que nós sejamos diminuídos. É a regra da santidade: a humilhação nossa, para que o Senhor cresça”.

Assim, Cristo escolheu Saulo, que era um perseguidor da Igreja. O coração de Saulo mudou, ele obedeceu ao Senhor e de grande que era tornou-se como uma criança. Mas Francisco ressaltou que Paulo não se tornou um herói, porque tinha pregado o Evangelho em todo o mundo e terminou a vida com um pequeno grupo de amigos, em Roma, vítima de seus discípulos.

“O grande, aquele que foi a todo o mundo termina assim. Diminui, diminui, diminui… É a diferença entre os herois e os santos, é o testemunho, a imitação de Jesus Cristo. Seguir no caminho de Jesus Cristo”.

Como exemplo, Francisco citou São João Paulo II, canonizado recentemente, no dia 27 de abril. O grande atleta de Deus, aquele guerreiro de Deus mal podia falar, terminou doente, humilhado como Jesus. Este é, segundo o Papa, o percurso da santidade.

“Se nós não deixamos o coração se converter por este caminho de Jesus – levar a cruz todos os dias – e deixar que Jesus cresça; se não seguimos por este caminho, não seremos santos. Mas se seguimos por este caminho, todos nós daremos testemunho de Jesus Cristo, que nos ama tanto. E daremos testemunho  de que, apesar de sermos pecadores, a Igreja é santa. É a esposa de Jesus”.

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