Meeting Point

Formação cultural ajuda na preservação dos bens da Igreja, diz bispo

Dom Antônio Muniz alertou clero e leigos para os principais desafios na preservação de bens culturais da Igreja no Brasil 

Julia Beck
Da redação

Dom Antônio Muniz participou do último Meeting Point da Assembleia./ Foto: Julia Beck-CN

O último Meeting Point da 57ª Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) teve como tema “Salvaguarda e restauração dos bens culturais da Igreja no Brasil”.

Dom Antônio Muniz, arcebispo de Maceió (AL), membro da Subcomissão para os Bens Culturais da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação, alertou para a necessidade de preservação dos bens, obras, afrescos, documentos e igrejas no Brasil.

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.: Cobertura da 57ª Assembleia Geral da CNBB

A preocupação da subcomissão da CNBB para os Bens Culturais tem sido centrada em dois grandes pontos, como conta o bispo: a reabertura do Museu Arquidiocesano de Arte Sacra de Alagoas – esperada para junho deste ano – e o restauro da Catedral Metropolitana de Maceió – que sofreu por muitos anos modificações.

De acordo com Dom Antônio, os trabalhos da comissão são apoiados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) partem de quatro princípios: a Avaliação do estado de conservação dos materiais e monumentos (dentro de um sistema estrutural), a identificação dos agentes degradantes – descuido e descaso, além de efeitos do tempo e de fungos), constatação dos danos estruturais e menores e levantamento para as etapas de prospecção. O bispo afirmou que em um trabalho de restauro é preciso paciência e cuidado.

Uma das constatações realizadas pelos bispos da comissão, reforça Dom Antônio, é a degradação realizada por membros da própria Igreja. “Muitos padres, na vontade de tornar a Igreja mais bonita e moderna, acabam prejudicando o patrimônio histórico”. Para o bispo, comportamentos do tipo alertam para uma necessidade de promoção de educação cultural de bispos, padres, leigos e leigas. 

O bispo chamou atenção para as igrejas localizadas no nordeste, e ressaltou as inúmeras congregações que cuidaram do patrimônio da Igreja no passado. Dom Antônio também alertou para as muitas congregações que hoje tem danificado estes mesmo patrimônios. Um livro de orientação para a preservação de arquivos e bens culturais da Igreja foi desenvolvido pela CNBB, e é uma das sugestões do bispo aos padres, religiosos e religiosas para um cuidado consciente dos patrimônios da Igreja.

“É preciso trabalhar com a formação para que todos saibam que não é preciso pintar a Igreja em toda a festa”, sublinhou Dom Antônio, que reforçou a necessidade da consulta à arquitetos e engenheiros antes de qualquer obra nas Igrejas, os famosos “puxadinhos”, segundo o bispo. “A partir dos 50 anos, em termos de arquivo e conservação, é preciso que se tenha uma atenção especial”.

Sobre os desafios da subcomissão, Dom Antônio citou os problemas econômicos e a falta de preocupação da administração pública. 

Catedral de Notre Dame 

O bispo recordou o incêndio ocorrido este ano na Catedral de Notre Dame que, mesmo sem causa confirmada, teve como uma das possíveis motivações o circuito elétrico.  “Há 4 anos nós tivemos um pequeno ensaio de incêndio na Catedral de Maceió e isso nos levou a estar atentos ao sistema elétrico e ao estado do monumento”, contou Dom João ao explicar os cuidados redobrados da Igreja no Brasil com os restauros. “Nós já havíamos tomado este cuidado antes do incêndio de Notre Dame”, concluiu.

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