O Corpo de Cristo é o pão dos últimos tempos, diz Papa

Francisco explicou, durante a homilia,  que além da fome física,  há uma outra fome que não pode ser satisfeita com alimentação normal. É a fome de eternidade que somente Deus pode saciar

Liliane Borges
Da Redação

Papa Corpus Christi

Viver a experiência da fé significa deixar-se nutrir pelo Senhor, explica o Papa / Foto: Reprodução CTV

O Papa Francisco celebrou,  nesta quinta-feira, 19, a Solenidade de  Corpus Christi na Basílica de São João de Latrão. A missa celebrada na praça da Basílica Papal reuniu cerca de 100 mil fiéis, da diocese de Roma e peregrinos.

Na homilia, Francisco destacou, a partir da leitura do êxodo, que o povo escolhido,  no caminho do deserto,  esqueceu-se dos benefícios do Senhor e sentiu saudades do Egito. O povo passou a reclamar do maná, e queria ter novamente “as cebolas do Egito”.

Leia na íntegra:
.: Homilia do Papa na Solenidade de Corpus Christi

“Por isso,  as Escrituras o exorta a recordar, fazer memória de todo o caminho feito no deserto, no tempo de fome e desconforto. O convida a  retornar ao essencial, à experiência da total dependência de Deus, quando a sobrevivência foi confiada em suas mãos, para que o homem compreendesse que ele não vive somente de pão, mas de toda palavra que sai da boca do Senhor “, explicou o Papa.

Francisco explicou que além da fome física do homem, há uma outra fome, uma fome que não pode ser satisfeita com alimentação normal. “É a fome de vida, fome de amor, fome de eternidade. E o sinal do maná – como toda a experiência do Êxodo – continha em si também esta dimensão: era a figura de um alimento que satisfaz esta fome profunda que há no homem”, indicou.

De acordo com Francisco,  o povo escolhido desprezava o maná, porque  desejava “alimentos mais saborosos”, porém não se recordava que esse tipo de comida, era servida na mesa da escravidão. “O alimento que o Senhor nos oferece é diferente dos outros, e talvez ele não pareça tão saboroso como os alimentos que nos oferece o mundo. Por isso, sonhamos com outras refeições, como os judeus no deserto, que lamentavam pela  carne e as cebolas que comiam no Egito”, afirmou o Papa.

Segundo Francisco, era necessário ao povo no deserto fazer memória dos acontecimentos para recordar os benefícios do Senhor, que o tirou da escravidão e ofereceu um alimento diferente de todos os outros. “Mas a comida que nos alimenta e que realmente nos satisfaz é apenas aquela que o Senhor nos dá!”,  afirmou.

O Santo Padre concluiu a homilia, pedindo que todos se questionassem sobre qual alimento buscam diariamente. “A Ele nos dirijamos com confiança: Jesus, defenda-nos das tentações do alimento mundano que nos torna escravos; purifica a nossa memória, para que não permaneça prisioneira na seletividade egoísta e mundana, mas seja memória viva de tua presença na história de seu povo”, concluiu.

Conforme a tradição, após a celebração na Basílica São João de Latrão, os fiéis seguiram em procissão, pela rua Merulana, até a Basílica Santa Maria Maior. Neste ano, o Papa não acompanhou a procissão, mas permaneceu na Basílica São João de Latrão.

No final da procissão, Francisco se dirigiu à Basílica de Santa Maria Maior para a bênção solene.


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Adailton Batista é missionário da Comunidade Canção Nova desde 2009. Nasceu na cidade de Janaúba, MG. Atua como Gerente de mídias sociais e produtor de conteúdo do portal cancaonova.com. Estudante de jornalismo na Faculdade Canção Nova, é também autor do blog.cancaonova.com/metanoia.

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