Contexto econômico-social

Papa alerta sobre risco de indiferença diante das crises

Santo Padre enviou videomensagem para festival sobre Doutrina Social da Igreja; Papa pediu novos processos para superar dificuldades

Jéssica Marçal
Da Redação

Francisco destaca necessidade de novos processos para superar momentos de crise / Foto: Arquivo

Francisco destaca necessidade de novos processos para superar momentos de crise / Foto: Arquivo

Ir além, tomar a iniciativa e considerar o amor como verdadeira força para a mudança. Essas foram três ações destacadas pelo Papa Francisco em uma videomensagem enviada ao IV Festival da Doutrina Social da Igreja, que acontece em Verona, na Itália. O discurso do Papa focou em questões sociais e econômicas, abordando o que é preciso para promover mudanças e superar as crises. A videomensagem foi transmitida na noite desta quinta-feira, 20, na abertura do evento.

O contexto de crises sociais e econômicas pode assustar, disse o Papa, desorientar ou dar uma sensação de impotência. Existe, então, o risco da indiferença, em que cada um pode querer curar as próprias feridas e encontrar nisso uma desculpa para não ouvir o grito dos pobres. “O risco é que a indiferença nos torne cegos, surdos e mudos, presentes somente em nós mesmos”.

Todos são chamados a ir além e responder às necessidades reais. E para ir além, é preciso tomar a iniciativa, disse o Papa, mesmo no âmbito econômico, porque o sistema tende a homologar tudo e o dinheiro atua como patrão. Tomar iniciativa, nesses casos, é ter a coragem de não se deixar aprisionar pelo dinheiro.

“O verdadeiro problema não é o dinheiro, mas sim as pessoas: não podemos pedir ao dinheiro aquilo que só as pessoas podem fazer ou criar. O dinheiro não cria desenvolvimento, para criar desenvolvimento é preciso pessoas que têm a coragem de tomar a iniciativa”.

Tomar a iniciativa, segundo o Papa, inclui também renovar as relações de trabalho, superar o assistencialismo. “Parar significa pedir ainda e sempre ao Estado ou a qualquer entidade de assistência, mover-se significa criar novos processos. E aqui está o segredo: criar novos processos e não pedir que nos deem novos espaços”.

Considerar o amor como a verdadeira força para a mudança também é uma forma de tomar iniciativa, ressaltou Francisco, que também falou da necessidade de utilizar os talentos que cada um leva consigo.

“Liberar os talentos é o início da mudança; esta ação faz superar invejas, ciúmes, rivalidade, contraposições, fechamentos, aqueles fechamentos pré-concebidos, e abre a uma alegria, à alegria do novo”.

E ao falar de talentos, Francisco não deixou de destacar o papel dos jovens, a quem esse tipo de discurso se dirige de forma especial. “Se queremos ir além devemos investir decisivamente no trabalho deles e dar a eles muita confiança”.

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