Ao Conselho da Europa

Papa indica desafios da Europa e caminhos para a paz

Falando ao Conselho da Europa, Papa refletiu sobre desafios do continente e pediu que se mantenha o espírito de caridade e solidariedade

Jéssica Marçal
Da Redação

Os desafios da Europa e os caminhos para a paz estiveram no centro do discurso do Papa Francisco ao Conselho da Europa nesta terça-feira, 25. O Santo Padre deixou o Vaticano e seguiu para Estrasburgo, na França,  onde também falou ao Parlamento Europeu. O Pontífice pediu uma nova cooperação social e econômica, livre de condicionalismos ideológicos, mantendo viva a caridade e a solidariedade.

Papa fala ao Conselho da Europa, enfatizando desafios e caminhos para o continente / Foto: Reprodução CTV

Papa fala ao Conselho da Europa, enfatizando desafios e caminhos para o continente / Foto: Reprodução CTV

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.: Íntegra do discurso do Papa ao Conselho da Europa

Para que se evite guerras como já aconteceu no passado europeu, Francisco disse que o caminho de paz implica reconhecer no outro um irmão a acolher, não um inimigo a combater. A paz ainda é ferida em muitos lugares, disse, uma realidade também presente na Europa, motivo pelo qual é preciso encorajar o trabalho do Conselho na busca de soluções políticas para as crises.

Entre as provações que a paz enfrenta, Francisco citou o terrorismo religioso e internacional, alimentado pelo tráfico de armas, bem como o tráfico de seres humanos, que transforma pessoas em mercadorias de troca, tirando sua dignidade. Novamente, o papel do Conselho da Europa, de combater essas formas de desumanidade.

Francisco alertou ainda sobre o risco de favorecer a “globalização da indiferença”, que nasce do egoísmo. “Um tal individualismo torna-nos humanamente pobres e culturalmente estéreis, porque corta realmente aquelas raízes fecundas sobre as quais se enxerta a árvore. Do individualismo indiferente nasce o culto da opulência, a que corresponde a cultura do descarte onde estamos imersos”.

Diante dos desafios, disse o Papa, olha-se hoje para uma Europa ferida pelas provações do passado e pelos desafios do presente, “uma Europa um pouco cansada e pessimista”. Francisco disse que o continente precisa refletir se todo o seu patrimônio – humano, artístico, técnico, social, político, econômico e religioso – é só um legado ou se ainda pode ser tesouro para a humanidade.

Francisco falou ainda da multipolaridade e da transversalidade da Europa, atentando para a necessidade de uma harmonia construtiva, ou seja, “globalizar” esta multipolaridade, e de diálogo entre as gerações.

O Papa garantiu a disposição da Santa Sé em colaborar com o Conselho da Europa, realizando reflexões conjuntas. “Os meus votos à Europa são de que, redescobrindo o seu património histórico e a profundidade das suas raízes, assumindo a sua viva multipolaridade e o fenômeno da transversalidade dialogante, encontre novamente aquela juventude de espírito que a tornou fecunda e grande”.

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