Papa pede a católicos e ortodoxos trabalho pelo bem comum

“Assumir juntos esta responsabilidade é um dever que toca a credibilidade própria do nosso ser cristão”

Da Redação, com Rádio Vaticano

Papa Francisco, Patriarca Bartolomeu e o Arcebispo de Atenas e de toda a Grécia, Ieronymo II, em Lesbos, Grécia / Foto: CTV

Papa Francisco, Patriarca Bartolomeu e o Arcebispo de Atenas e de toda a Grécia, Ieronymo II, em Lesbos, Grécia / Foto: CTV

O Papa Francisco recebeu na manhã desta terça-feira, 28, no Vaticano, uma delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, que foi a Roma para participar da festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, padroeiros da cidade, nesta quarta-feira, 29.

Trata-se de uma cortesia entre o Patriarcado e a Santa Sé que se repete todos os anos por ocasião dos santos padroeiros. A Santa Sé envia uma representação à sede do Patriarcado Ecumênico, em Istambul, para a festa de Santo André, em 30 de novembro.

Em seu discurso, o Santo Padre destacou que a festa deste ano será marcada pela misericórdia, no âmbito do Jubileu que a Igreja está vivendo. Ele explicou que os santos Pedro e Paulo fizeram ambos a experiência primeiro do pecado, depois da potência da misericórdia divina, o primeiro renegando seu mestre, e o segundo perseguindo a Igreja.

Renovar

“Celebrando a festa dos Apóstolos, renovamos a memória daquela experiência de perdão e de graça que une todos os fiéis em Cristo”, disse o Papa.

Francisco explicou que não obstante as diferenças entre a Igreja de Roma e a de Constantinopla no que diz respeito à liturgia, às disciplinas eclesiásticas e ao modo de formular a verdade revelada, na base das duas Igrejas está a mesma experiência do amor infinito de Deus pela nossa pequenez e fragilidade.

“Reconhecer que a experiência da misericórdia de Deus é o vínculo que nos une, implica que devemos fazer com que a misericórdia se torne sempre mais o critério das nossas relações recíprocas”.

O Papa pediu que sentimentos como rivalidade, desconfiança e rancor sejam superados. Segundo ele, a própria misericórdia nos liberta do peso de um passado marcado por conflitos e permite que possamos no abrir ao futuro rumo ao qual o Espírito Santo nos guia.

Diálogo

Como passos positivos, o Pontífice citou o diálogo teológico entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa e, de modo especial, a visita realizada em abril passado à ilha grega de Lesbos, na companhia do Patriarca Bartolomeu e do Arcebispo de Atenas e de toda a Grécia, Ieronymo II.

“Olhar o desespero no rosto de homens, mulheres e crianças que não sabem seu destino, ouvir impotentes o relato de suas desventuras e nos deter em oração às margens daquele mar que devorou a vida de tantos seres humanos inocentes foi uma experiência muito comovente, que confirmou o quanto ainda há por fazer para garantir dignidade e justiça a tantos irmãos e irmãs”, disse o Papa Francisco.

Para ele, católicos e ortodoxos estão sempre mais se conscientizando da responsabilidade comum diante de quem se encontra na necessidade.

“Assumir juntos esta responsabilidade é um dever que toca a credibilidade própria do nosso ser cristão. Por isso, encorajo toda forma de colaboração entre católicos e ortodoxos em atividades concretas a serviço da humanidade sofredora.”

O Pontífice citou ainda a recente realização em Creta, na Grécia, do Concílio Pan-ortodoxo, fazendo votos de que deste evento possam germinar frutos abundantes para o bem da Igreja. E concluiu seu discurso garantindo seu respeito e amor fraterno pelo Patriarcado Ecumênico e pedindo orações por si e por seu ministério.

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