Papa pede empenho em agilizar processos de nulidade matrimonial

Santo Padre lembrou que muita gente espera anos por uma resposta e enfatizou que esses processos não podem ser inseridos no âmbito dos negócios

Jéssica Marçal
Da Redação

Francisco reforçou necessidade de agilizar processo de nulidade matrimonial / Foto: Arquivo

Francisco reforçou necessidade de agilizar processo de nulidade matrimonial / Foto: Arquivo

O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã desta quarta-feira, 5, participantes de um curso canônico promovido pelo Tribunal da Rota Romana. Na saudação aos presentes, ele falou da necessidade de agilizar os procedimentos sobre nulidade matrimonial, tendo em vista que as pessoas envolvidas esperam uma resposta, seja ela sim ou não.

O Sínodo sobre família, realizado no último mês de outubro, abordou essa temática, atentando para a preocupação que existe em agilizar tais processos. Segundo Francisco, é uma questão de justiça com as pessoas que esperam.

Pouco antes do Sínodo, o Papa Francisco instituiu uma Comissão para ajudar a preparar diversas possibilidades em uma linha de justiça e caridade. “Há tanta gente que precisa de uma palavra da Igreja sobre sua situação matrimonial, para o sim ou para o não, mas que seja justa. Alguns procedimentos são tão longos ou tão pesados que não favorecem e o povo acaba deixando”, disse o Papa na audiência de hoje.

Como exemplo, Francisco citou o Tribunal interdiocesano de Buenos Aires, cuja diocese mais distante fica a 240 km. Para que as pessoas dessa diocese se dirijam ao tribunal é preciso fazer uma viagem, perder dias de trabalho e tantas coisas mais.

“Dizem: ‘Deus me entende, e sigo adiante assim, com este peso na alma’. E a mãe Igreja deve fazer justiça e dizer: ‘Sim, é verdade, o teu casamento é nulo. Não, o teu matrimônio é válido’. Mas justiça é dizê-lo. Assim eles podem seguir adiante sem esta dúvida, este escuro na alma”.

O Santo Padre ressaltou, porém, que é preciso ter cuidado para que os procedimentos não entrem no âmbito dos negócios. Ele contou que, há muito tempo, teve que demitir uma pessoa do Tribunal porque ela oferecia os dois procedimentos, civil e eclesiástico, em troca de dinheiro.

“Por favor, isto não! Quando o interesse espiritual está ligado ao econômico, isso não é de Deus! A mãe Igreja tem tanta generosidade para poder fazer justiça gratuitamente, como gratuitamente fomos justificados por Jesus Cristo. Este ponto é importante: separar as duas coisas”.

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