Papa pede que cegos não se fechem nas provações da vida

No Dia de Santa Luzia, protetora dos olhos, Francisco lembrou que todos têm capacidades e limites e que os cegos precisam ter coragem de fazer comunidade

Da Redação, com Rádio Vaticano

Neste sábado, 13, dia em que a Igreja celebra Santa Luzia, protetora dos olhos, o Papa Francisco recebeu em audiência no Vaticano membros do Conselho Nacional da União Italiana de Cegos e deficientes visuais. O Papa deixou um convite para que eles tenham a coragem de não se fechar nas provações da vida e, em vez disso, possam se abrir aos outros e fazer comunidade mesmo em tempos de individualismo.

Santa Luzia, mártir em Siracusa, na Itália, morta entre torturas ensina valores humanos partilhados por todos, crentes e não crentes. Francisco falou da coragem daquela jovem mulher para reiterar que todos precisam de coragem para enfrentar as provações da vida.

“Em particular, as pessoas cegas e deficientes visuais precisam dela para não se fecharem, para não assumirem uma atitude de vítima, mas ao contrário, abrir-se à realidade, aos outros, à sociedade; para aprender a conhecer e valorizar as capacidades que o Senhor colocou em cada um, realmente em cada um, ninguém excluído! Mas para isso é preciso coragem”.

Outro valor sugerido por Santa Luzia é o fato de que ela não estava sozinha, mas fazia parte de uma comunidade, lembrou o Papa, enfatizando a necessidade de viver com alegria e empenho a dimensão associativa. Isso significa fazer grupo, ser solidário, partilhar experiências. Francisco disse que mesmo as pessoas que possuem alguma deficiência não foram feitas para serem isoladas, mas para ajudarem, acompanharem, completarem as outras.

“A presença das pessoas deficientes provoca todos a fazer comunidade, antes, a ser comunidade, a nos acolher com proximidade com os nossos limites. Porque todos temos capacidade, mas todos temos também limites!”.

Por fim, recordou o Pontífice, Luzia diz que a vida é feita para ser doada e essa é uma atitude que constitui o segredo da verdadeira felicidade. Ele enfatizou que o homem não se realiza plenamente em ter nem em fazer, mas sim em amar, isso é, em se doar.

“Viver segundo esses valores pode comportar, mesmo hoje, incompreensões, o cansaço de andar às vezes contracorrente; mas isso não surpreende: o testemunho requer sempre pagar pessoalmente. As sociedades atuais que focam muito nos direitos ‘individualistas’ correm o risco de esquecer a dimensão da comunidade e aquela do dom gratuito de si para os outros”.

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