Papa: um cristão apegado aos bens faz um "papelão"

Francisco enfatizou que é feio querer seguir Jesus e o mundo, isso constitui um contra-testemunho do cristão

Da Redação, com Rádio Vaticano

Francisco destaca que é um contra-testemunho querer seguir Jesus e a mundanidade / Foto: L'Osservatore Romano

Francisco destaca que é um contra-testemunho querer seguir Jesus e a mundanidade / Foto: L’Osservatore Romano

“É feio ver um cristão seguindo Jesus e a mundanidade”. Nessas palavras, o Papa Francisco centralizou sua homilia desta terça-feira, 26, na Casa Santa Marta, destacando que os cristãos são levados a fazer escolhas radicais na vida. Não pode haver um “cristianismo à metade”, não se pode ter “o céu e a terra”.

Na liturgia do dia, Pedro pergunta a Jesus o que os discípulos ganhariam se O seguissem. O Papa observou que Jesus responde em uma direção diferente da que os discípulos esperavam: não fala de riquezas, mas promete a herança do Reino dos céus com a perseguição, com a cruz.

“Por isso, quando um cristão é apegado aos bens, faz um papelão, como se quisesse as duas coisas; o céu e a terra. E o peso final está naquilo que Jesus diz: a cruz, as perseguições. Isto quer dizer negar a si mesmo, sofrer todos os dias a cruz… Os discípulos tinham a tentação de seguir Jesus, mas o que será desse ‘bom negócio’? Lembremo-nos da mãe de Tiago e João, quando pediu a Jesus um lugar para seus filhos, que um se tornasse primeiro ministro, e o outro ministro da economia… e assumiu o interesse mundano em seguir Jesus”.

Francisco explicou que o coração destes discípulos foi purificado até Pentecostes, quando eles entenderam tudo. “A gratuidade em seguir Jesus é a resposta à gratuidade do amor e da salvação que Jesus nos dá”.

Francisco destacou a necessidade de recordar o ensinamento de Jesus: “os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros”, o que significa que “aquele que crê ou que é o maior” deve ser “o servo, deve ser o menor”.

“Seguir Jesus a partir do ponto de vista humano, não é um bom negócio: é servir. Ele o fez, e se o Senhor lhe dá a oportunidade de ser o primeiro, você tem que agir como o último, isto é, servindo. E se o Senhor lhe dá a possibilidade de ter bens, você tem que agir servindo, isto é para os outros. São três coisas, três degraus que nos distanciam de Jesus: as riquezas, vaidade e o orgulho. Por isso são tão perigosas as riquezas, porque levam você imediatamente à vaidade e você se acha importante. E quando você pensa que é importante tudo sobe na cabeça e você se perde”.

Um cristão mundano é um contra-testemunho

O caminho indicado pelo Senhor, prosseguiu o Papa, é o do “despojamento”, como Ele fez. Para Jesus, disse ainda, este trabalho com os discípulos custou-lhe muito tempo, porque eles não entendiam bem. Segundo o Papa, também os fiéis hoje devem pedir a Jesus que ensine a seguir neste caminho, nesta ciência do serviço. Esta ciência de humildade, de ser o último para servir os irmãos e irmãs na Igreja.

“É feio ver um cristão, seja leigo, consagrado, sacerdote, bispo, é feio quando você vê que quer duas coisas: seguir Jesus e os bens, seguir Jesus e a mundanidade. E isso é um contra-testemunho e distancia as pessoas de Jesus. Continuemos agora a celebração da Eucaristia, pensando na pergunta de Pedro. ‘Deixamos tudo: como nós pagará?’. E pensando na resposta de Jesus O preço que Ele nos dará é a semelhança a ele. Este será o ‘salário’.. Grande ‘salário’, assemelhar-se a Jesus!”.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo