Videomensagem

Papa volta a se posicionar contra a pena de morte

Em videomensagem a congresso mundial contra a pena de morte, Papa explica que mesmo o criminoso tem o direito inviolável à vida

Da Redação, com Rádio Vaticano

O Papa Francisco enviou uma videomensagem ao VI Congresso mundial contra a pena de morte, em andamento em Oslo, na Noruega. O evento começou nesta terça-feira, 21, e segue até quinta-feira, 23.

Francisco agradece pelo compromisso com um mundo livre da pena de morte. Para ele, o desenvolvimento, na opinião pública, de uma crescente oposição à pena de morte é um sinal de esperança.

“Hoje em dia, a pena de morte é inadmissível, por quanto grave tenha sido o delito do condenado. É uma ofensa à inviolabilidade da vida e à dignidade da pessoa humana que contradiz o desígnio de Deus sobre o homem e a sociedade e sobre a justiça misericordiosa, e impede cumprir qualquer finalidade justa das penas”, afirma o Pontífice na vídeo-mensagem.

O Papa diz que, com a pena de morte, não se faz justiça às vítimas, mas se fomenta a vingança. O mandamento “não matarás” tem valor absoluto tanto para os inocentes como para os culpados, acrescenta.

Direito inviolável à vida pertence também ao criminoso

O Santo Padre lembra ainda que o Jubileu da Misericórdia é uma ocasião propícia para promover no mundo formas cada vez mais maduras de respeito à vida e à dignidade de cada pessoa. “Não se pode esquecer que o direito inviolável à vida, dom de Deus, pertence também ao criminoso”, observa.

Francisco aproveita a oportunidade para incentivar não somente trabalhos para abolir a pena de morte, mas também mecanismos que melhorem as condições de detenção, para que respeitem plenamente a dignidade humana das pessoas privadas de liberdade.

Após enfatizar que “fazer justiça” não significa que se deve buscar a punição por si mesma, o Santo Padre recorda que as penas devem ter como finalidade fundamental a reeducação de quem praticou o delito. “Não existe pena válida sem esperança! Uma pena fechada em si mesma, que não dá lugar à esperança, é uma tortura, não é uma pena”, pondera.

O Papa Francisco faz votos de que o Congresso possa dar um novo impulso ao compromisso em prol da abolição da pena capital. “Por isso mesmo, encorajo todos os participantes a continuar com esta grande iniciativa e lhes asseguro minhas orações”, conclui.

Promovido pela Ong “Juntos contra a pena de morte” e pela “Coalisão mundial contra a pena de morte”, com o apoio do Ministério dos Assuntos Exteriores da Noruega, o Congresso tem a participação de cerca de 140 organizações do mundo inteiro. O objetivo do evento é eliminar a obrigatoriedade da pena de morte e transformar os países abolicionistas de fato em abolicionistas de direito.

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