Em encontro com autoridades e corpo diplomático, Santo Padre indicou condições necessárias para a paz duradoura
Jéssica Marçal
Da Redação
Papa faz seu primeiro discurso na Geórgia / Foto: Reprodução CTV
O primeiro compromisso do Papa Francisco na Geórgia nesta sexta-feira, 30, foi o encontro privado com o presidente da República, Giorgi Margvelashvili. Em seguida, encontrou-se com as autoridades, sociedade civil e o corpo diplomático, ocasião em que fez seu primeiro discurso no país.
O discurso do Papa teve como pano de fundo a questão da paz e o trabalho pelo bem comum. Francisco falou da Geórgia como um local de encontro e intercâmbio vital entre culturas e civilizações e que tem o cristianismo como sua identidade mais profunda e fundamento de seus valores.
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O país tornou-se independente há 25 anos e Francisco reconheceu que o povo geórgio enfrentou grandes sacrifícios para caminhar de forma a garantir um desenvolvimento inclusivo e autêntico.
Condição indispensável para esse caminho é, segundo o Papa, a coexistência pacífica entre todos os povos e Estados da região. Por isso ele defendeu que cresçam os sentimentos de estima mútua, que não podem ignorar as prerrogativas soberanas de cada país no quadro do direito internacional.
“Para abrir sendas que conduzam a uma paz duradoura e a uma verdadeira colaboração, é preciso estar ciente de que os princípios relevantes para um relacionamento équo e estável entre os Estados estão ao serviço da convivência concreta, ordenada e pacífica entre as nações”.
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Francisco recordou os casos de extremismo violento que distorcem os princípios da natureza civil e religiosa e enfatizou a necessidade de evitar que divergências entre seres humanos acabem em violência. “Qualquer distinção de caráter étnico, linguístico, político ou religioso, longe de ser utilizada como pretexto para transformar as divergências em conflitos e estes em tragédias sem fim, pode e deve ser, para todos, fonte de enriquecimento recíproco em benefício do bem comum”.
O Santo Padre também pediu que se tenha sempre diante dos olhos o sofrimento das pessoas, para que assim seja possível seguir no caminho da construção da paz, um caminho árduo, mas também emocionante e libertador.
Não faltou no discurso do Papa uma menção à Igreja católica presente na Geórgia. “Faço sentidos votos de que ela continue a dar o seu contributo genuíno para o crescimento da sociedade georgiana, através do testemunho comum da tradição cristã que nos une, do seu compromisso a favor dos mais necessitados e mediante um diálogo renovado e mais intenso com a Igreja Ortodoxa Georgiana antiga e as outras comunidades religiosas do país”.
