Quem privatiza a salvação não segue via de Jesus, diz Papa

Francisco lembrou que a salvação de Deus é para todos, não para pequenas elites; privatizar a salvação é uma forma errônea de vida cristã, disse

Da Redação, com Rádio Vaticano

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Francisco lembra que a salvação é para todos; privatizar a salvação é uma forma errônea de vida cristã / Foto: L’Osservatore Romano

Não seguem a nova via aberta por Jesus aqueles que privatizam a fé fechando-se em “elites” que desprezam os outros. Isso foi o que afirmou o Papa Francisco durante a homilia desta quinta-feira, 29, na Casa Santa Marta. Francisco alertou para o fato de que existem formas errôneas de vida cristã, como aquela que busca privatizar a salvação.

A partir da Carta aos Hebreus, presente na liturgia do dia, o Santo Padre explicou que Jesus salvou cada um individualmente, mas como parte de um povo. Dessa forma, não existe salvação apenas para uma pessoa. “Se eu entendo a salvação assim, erro; pego a estrada errada. A privatização da salvação é uma estrada errada”.

O Papa indicou três critérios para não privatizar a salvação: a fé em Jesus, a esperança e a caridade. “Se numa comunidade não se fala, não se encoraja um ao outro, nessas três virtudes, os membros daquela comunidade privatizaram a fé. Cada um busca a sua própria salvação, não a salvação de todos, a salvação do povo. E Jesus salvou cada um, mas num povo, numa Igreja”.

Francisco mencionou ainda o conselho prático dado pelo autor da Carta aos Hebreus: “não desertemos as nossas reuniões, como alguns têm o hábito de fazer”. Essa é uma atitude que acontece quando se está em uma reunião – na paróquia, em um grupo – e se julga os outros, com uma espécie de desprezo.

“Desprezam os outros; abandonam a comunidade inteira; desertam o povo de Deus; privatizaram a salvação: a salvação é para mim e para meu grupinho, mas não para todo o povo de Deus. E este é um erro muito grande. É o que chamamos – e que vemos – ‘as elites eclesiais’. Quando no povo de Deus se criam esses grupinhos, pensam ser bons cristãos, talvez tenham até boa vontade, mas são grupinhos que privatizaram a salvação”.

O Pontífice destacou que Deus traz a salvação para o povo, não para as elites que o homem produz com suas filosofias e modos de entender a fé. Ele convidou cada um a parar e refletir para descobrir se está privatizando a salvação ou doando-se para a comunidade.

“Que o Senhor nos dê a graça de nos sentirmos sempre povo de Deus, salvos pessoalmente. Isso é verdade: Ele nos salva com nome e sobrenome, mas salvos num povo, não no grupinho que eu crio para mim”.

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