Trabalhar é um dom e um dever, diz Papa

Francisco afirmou que o trabalho humano é parte da criação e continuidade do trabalho criativo de Deus

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Trabalhar é um dom e um dever, diz Papa

Francisco pede cooperação entre os países para auxiliar os migrantes / Foto: Arquivo

O Papa Francisco enviou, nesta quarta-feira, 28, uma mensagem aos participantes da 103ª Sessão da Conferência da Organização Internacional do Trabalho(OIT). O encontro, que começou hoje,  tem como tema  “Construir um futuro com trabalho decente”. Representantes de vários países se reúnem em Genebra, Suíça, até o  próximo dia 12.

Na breve mensagem, Francisco destacou que, no início da criação, Deus criou o homem como guardião da Sua obra, encarregando-o de cultivá-la e de protegê-la. O Pontífice afirmou que o trabalho humano é parte da criação e continuidade do trabalho criativo de Deus.

“Essa verdade leva-nos a considerar o trabalho como um dom e um dever. Por isso, o trabalho não é meramente uma mercadoria, mas possui dignidade e valor próprios”, exortou o Papa.

Segundo o Pontífice, a Santa Sé manifesta seu apreço pela contribuição da OIT na defesa da dignidade do trabalho humano no contexto do desenvolvimento social e econômico, mediante a discussão e a cooperação entre governos, trabalhadores e empregadores. “Tais esforços estão a serviço do bem comum,  da família humana, e promovem a dignidade dos trabalhadores”, apontou.

Recordando o momento crucial da história econômica e social em que a Conferência se realiza, o Santo Padre destaca que o desemprego está tragicamente expandindo as fronteiras da pobreza, situação particularmente desconfortante para os jovens desempregados, que podem se sentir alienados da sociedade.

Francisco apontou a  migração em massa como um grave problema da atualidade, referindo-se ao grande número de homens e mulheres obrigados a buscar trabalho distante de sua própria pátria. “Apesar da esperança deles por um futuro melhor, frequentemente encontram incompreensão e exclusão,  sem falar em experiências de tragédias e desastres”, alertou.

O Papa afirmou que a falta de trabalho faz inúmeras vítimas da “globalização da indiferença”, e acrescentou  que tal situação as expõe aos perigos, como o horror do tráfico de seres humanos, o trabalho forçado e a redução ao estado de escravidão.

“É inaceitável que, em nosso mundo, o trabalho feito por escravos tenha se tornado moeda corrente. Isso não pode continuar! O tráfico de seres humanos é uma chaga, um crime contra a humanidade inteira”, denunciou o Santo Padre.

Após ressaltar que é chegado o momento de unir as forças e trabalhar juntos para libertar as vítimas do tráfico de seres humanos e de erradicar este crime, o Pontífice ressaltou ser  o momento de reforçar as formas de cooperação e de estabelecer novos caminhos para o crescimento da solidariedade.

“Mais determinação na realização dos padrões internacionais do trabalho, planificação de um desenvolvimento focalizado na pessoa humana como protagonista central e principal beneficiária, uma avaliação das responsabilidades das sociedades multinacionais nos países onde atuam, incluindo os setores da gestão do lucro e do investimento”, ressaltou.

Francisco destacou ainda a necessidade de um esforço coordenado para encorajar os governos a facilitar a locomoção dos migrantes em benefício de todos, eliminando o tráfico de seres humanos e as perigosas condições de viagem.

O Papa concluiu a mensagem afirmando que a Doutrina Social da Igreja Católica apoia as iniciativas da OIT, que pretendem promover a dignidade da pessoa humana e a nobreza do trabalho. Francisco pediu que enfrentem os desafios do mundo atual, permanecendo fiéis aos nobres objetivos.


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Adailton Batista é missionário da Comunidade Canção Nova desde 2009. Nasceu na cidade de Janaúba, MG. Atua como Gerente de mídias sociais e produtor de conteúdo do portal cancaonova.com. Estudante de jornalismo na Faculdade Canção Nova, é também autor do blog.cancaonova.com/metanoia.

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